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Emissora de TV

Concurso emprega PCD's na Rede Minas

Por Amanda Alether

23 julho, 2021

A Rede Minas de Televisão é uma emissora pública que pertence a Empresa Mineira de Comunicação (EMC). Criada em 1989, pelo até então governador Tancredo Neves, tem sua sede localizada em Belo Horizonte (MG). A emissora pode ser assistida por 312 municípios mineiros em sinal analógico ou digital.

Foto: Divulgação/ Rede Minas

Atualmente, a Rede Minas tem três profissionais com deficiência no quadro de funcionários. De acordo com o Diretor de Planejamento, Gestão e Finanças da EMC Eduardo Gomes, em 2013, foi promovido um concurso público em que 10% das vagas foram destinadas à PCD's. ''Foi previsto reserva de 10 vagas para o nível de analista e 10 vagas para o nível técnico. Dessas, somente foram aprovadas duas pessoas com deficiência'', disse.

Além disso, a emissora tem admitido pessoas com deficiência em vagas de estágio. O produtor e repórter Paulo Madrid, tem paralisia cerebral, e entrou na emissora como estagiário. "Fiquei lá como estagiário até o meio de 2019. Quando formei, eu saí e fui contratado no cargo, em janeiro de 2020. E estou lá desde então", contou.

Paulo é graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O profissional não foi contratado por meio de Cotas. ''Meu trabalho tem as ferramentas pra ser tão produtivo quanto qualquer pessoa''. E completou. ''Fui recrutado em ampla concorrência, não teve Cota, não teve nada. A deficiência aparece pouco pra mim'', afirmou.

A emissora segue as normas da Central de Perícia Médica da Superintendência Central de Perícia Médica e Saúde Ocupacional da SEPLAG para estabelecer práticas de acessibilidade que envolvam os colaboradores com deficiência. ''Os prédios são fiscalizados e adotamos medidas para saneamento de acessibilidade conforme estipulado em relatório de notificação'', garantiu Eduardo.

Diretor de Planejamento, Gestão e Finanças da EMC Eduardo Gomes. Foto: Divulgação/ Rede Minas

Na estrutura em que Paulo trabalha os andares contam com elevadores e banheiros acessíveis. Apesar da sala de edição da emissora ter pouco espaço, o profissional afirma que não é um empecilho para ele. ''(Tem) outros locais em que eu possa fazer o trabalho, então não tem nenhum tipo de problema. O que eu não tenho acesso contornou-se de outra forma'', disse o repórter.

A Rede Minas não difere salários por gênero ou deficiência. Além disso, todos os profissionais da emissora tem o desenvolvimento avaliado de forma igual. '' Durante os acompanhamentos e as avaliações periódicas, a chefia imediata de cada colaborador leva em conta as especificidades de cada um de maneira individual'', garantiu Eduardo.

Novos olhares

Batalhadores, guerreiros. Muitas vezes esses adjetivos são usados pela mídia para nomear pessoas com deficiência. Segundo Paulo seria interessante que a emissora promovesse uma capacitação para equipe sobre como lidar com PCD's. ''Um treinamento para a redação como um todo (sobre) como abordar a questão da deficiência na mídia para não ficar aquela narrativa tóxica, até eu diria, de romantizar, de tratar como heróis, como exemplo de superação''.

O produtor garante que a Rede Minas já aplica esse novo olhar para o público PCD. ''Na Rede Minas tem uma repórter que é a Andreza Brito que é especializada em acessibilidade, ela não faz só isso, mas ela tá muito acostumada a fazer'', contou.

Ele ainda se lembrou de momentos em que não foi tratado com romantização, e sim como um profissional competente e reconhecido.

''Já presenciei em reuniões de pauta que o assunto surgiu e falarem: 'Vamos deixar outros repórteres fazerem também para todos terem contato pra desmitificar, qualquer coisa que vocês tiverem dúvida sobre a narrativa perguntem para o Paulo'', disse.

Pergunta para a Rede Minas

A chamada “Lei de Cotas”, infere em empresas com mais de 100 funcionários que empregue pelo menos 2% de PCDs. Caso a Lei não fosse aplicada mais, a empresa continuaria mantendo as pessoas com deficiência em seu quadro de funcionários?

R: Sim. A empresa acredita que um dos seus valores institucionais é garantir a acessibilidade e a inclusão. E a promoção da diversidade e de vivências distintas agrega na qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. (Eduardo Gomes, Diretor de Planejamento, Gestão e Finanças da Empresa Mineira de Comunicação)

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