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Filial da Intelbras em São José (SC) é a unidade da empresa que mais emprega colaboradores PCD's

Por Amanda Alether

2 julho, 2021

A Intelbras, Indústria de Telecomunicação Eletrônica Brasileira, foi fundada em 1976 em Santa Catarina (SC). A companhia tem 5 mil colaboradores distribuídos em 4 unidades: a matriz e filial localizada em São José (SC), e as filiais em Manaus (AM) e Santa Rita do Sapucaí (MG).

Foto: Divulgação/ Intelbras

Atualmente, a empresa conta com 174 PCD's em sua matriz e unidades fabris. O trabalho desses profissionais ocorre em vários setores e é valorizado e desenvolvido, segundo a Gerente de Gestão de Pessoas e Cultura Organizacional da Intelbras Dione Quadros. ''Nosso esforço é dedicado a incluí-los em diferentes áreas, identificando habilidades que possam ser trabalhadas para que se integrem à equipe e se sintam realizados em sua função'', afirmou.

A unidade da Intelbras que tem maior número de profissionais com deficiência é a filial de São José (SC), com 87 PCD's. Todas as oportunidades de emprego oferecidas pela companhia podem ser candidatadas por essas pessoas. ''As áreas que empregam maior número de PCD atualmente na Intelbras são as produtivas (fabril), ocupadas em sua totalidade por pessoas surdas'', disse.

Colaboradores PCD's por unidades/ Dados: Dione Quadros, Gerente de Gestão de Pessoas e Cultura Organizacional da Intelbras

Para que os profissionais com deficiência possam realizar as atividades, a empresa busca ouvir essas pessoas para se adequar à elas.

''Procuramos conhecer a visão do colaborador sobre a própria deficiência para entender melhor suas necessidades. Paralelamente a isso, já realizamos uma consultoria de acessibilidade com uma empresa terceirizada, que nos permitiu olhar para a adaptação a partir do espaço de trabalho'', disse.

A companhia catarinense tem o quadro de funcionários preenchido por pessoas com deficiência visual, auditiva, física e intelectual. A empresa visa que os colaboradores se sintam confortáveis no local de trabalho e tem parcerias com associações como APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) e ASPA (Associação dos Surdos de Palhoça). Além disso, há casos que se une também à família do PCD para entender suas necessidades e fornecer adaptações cabíveis a ele.

Eugênio Back tem deficiência visual e trabalha na companhia há 18 anos. ''Iniciei meu trabalho na seção de embalagem de placas de centrais e mais tarde precisei ficar afastado por um período por conta de uma doença'', contou.

Foto: Divulgação/ Intelbras

A empresa buscou se adaptar as necessidades de Eugênio em parceria com a Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC). ''Um instrutor veio até a empresa e me mostrou o caminho entre meu posto de trabalho e o refeitório, o banheiro e outras áreas comuns, como hall de entrada''.

Em 2015, ele voltou à fábrica. Mas dessa vez, como auxiliar de produção. ''Tirava amostras para verificar se não havia resíduo de solda ou perigo de curto-circuito (em fontes sem fio) e fazia testes para liberar ou bloquear os lotes'', disse Eugênio.

A Intelbras dá assistência aos colaboradores no Comitê de Inclusão, em que são propostas reuniões para que os colaboradores discutam sobre suas vivências no local de trabalho; profissionais com deficiência auditiva são auxiliados pelo Programa Intelbras Aproxima, que oferece lives com tradução em Libras, e o Intérprete Hugo, para oferecer acessibilidade ao site da companhia.

Além disso, a Intelbras trabalha com uma analista especializada em inclusão. ''(Que) é intérprete de libras e responsável por conduzir os processos seletivos, por isso, contribui muito para o dia a dia de trabalho, contribuindo para melhorar a qualidade de vida desses colaboradores'', disse Dione.

Para que Eugênio conseguisse realizar suas funções, foram implementadas algumas adaptações. ''Um equipamento foi adaptado para emitir sinais sonoros diferentes, como um bipe contínuo para indicar que o produto estava aprovado, de forma que eu pudesse seguir para o próximo estágio de produção'', contou Eugênio. As caixas de ferramentas ainda ganharam escrita em braile para facilitar a leitura do colaborador.

Trabalho valorizado

Eugênio monitorou sua equipe de produção durante sete meses, em 2020. ''Foi uma experiência desafiadora, mas ao mesmo tempo bem interessante porque abracei essa oportunidade e ninguém interferiu. Meus líderes sabiam que ia dar certo''.

Segundo o auxiliar de produção, o trabalho que exerce não é importante apenas para a empresa. Mas também para sua vida pessoal.

''Meu trabalho tem um impacto positivo na qualidade dos produtos e eficiência dos processos. Além do ganho humano, já que posso compartilhar minha experiência e passar uma lição de vida para os outros. Venho trabalhar todos os dias, cumpro minhas tarefas com bastante cuidado e atenção, sempre cuidando para manter a cultura da Intelbras, que é ter nossos clientes satisfeitos entregando sempre o melhor produto'', disse.

Novas unidades

Atualmente, a empresa está construindo mais duas filiais, em Tubarão (SC) e Jaboatão dos Guararapes (PE), já planejadas para receber pessoas com deficiência. ''Hoje, as novas estruturas da Intelbras já são construídas visando a acessibilidade'', contou Dione.

Avaliação igual para todos

Todos os profissionais da Intelbras são avaliados de forma igualitária. A empresa leva em consideração o desempenho e comportamento dos colaboradores. ''O que consideramos como valor distintivo são as competências do colaborador Intelbras: ter um perfil alinhado aos valores da empresa, ser inovador, proativo e comprometido a entregar as melhores soluções aos nossos clientes'', explicou Dione.

Além disso, a companhia conta com a sensibilidade dos gestores na hora de qualificar a equipe. ''Orientamos que os líderes tenham empatia ao adaptar os critérios de avaliação para cada colaborador de acordo com suas necessidades'', afirmou.

Pergunta para a Intelbras

A chamada “Lei de Cotas”, infere em empresas com mais de 100 funcionários que empregue pelo menos 2% de PCDs. Caso a Lei não fosse aplicada mais, a empresa continuaria mantendo as pessoas com deficiência em seu quadro de funcionários?

R: Antes da Lei de Cotas, colaboradores com PCD já estavam integrados aos processos seletivos da empresa e já faziam parte de seu quadro; desde então, já desempenhavam suas funções. Com a lei de cotas, passamos a fazer um trabalho de expansão das vagas. (Dione Quadros, Gerente de Gestão de Pessoas e Cultura Organizacional da Intelbras)

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